segunda-feira, 28 de junho de 2010

Sangue do meu sangue

                               Para o poeta Ubirajara Raffo Constant

Somam-se cromossomos
e nós somos o que somos...

A genética
não erra...

   Fez madeira de lei
   o cerne do meu sangue.
   Falquejou-me a carne,
   argilou-me o crânio
   e saí igual ao meu mano.

A genética
não erra...

   É a reprodução do tempo
   lapidada na pedra.
   É a linhagem das glebas.
   Pedra da forma dos filhos.

   Fôrma dos rostos e corpos,
   mistura de grãos e códigos,
   a genética assemelha gestos e jeitos
   e ainda cria gêmeos idênticos.

   Me vejo no espelho
                       enquadrado:
   um empoeirado porta-retrato
   do meu velho pai,
   que hoje parece meu avô
   quando se foi
                       pra nunca mais..

   A genética é a herança
             encarnada na estampa.
   A imagem e a semelhança
             na face das crianças.

   Seguimos e seguiremos seguindo
   um caminho infinito,
   a saga de nosso sangue híbrido.
   Nas artérias genealógicas
   levamos o tutano da raça.

   Na árvore da história
   somos
             a seiva que vem das raízes
             para trazer o verde. Sempre...

3 comentários:

fernando saldanha disse...

Poeta e artista plástico da Uruguaiana, Ubirajara Raffo Constant, o Biratuxo, o Bira, sempre fala do alto de seus setenta anos de sabedoria, que a "genética não erra". Essa frase se repete cada vez que alguém vai conhecê-lo na esquina do Funcho, a duas casas de sua casa a meia quadra do Rio Uruguai. Primeiro ele pergunta: "quem é teu pai? tua mãe?". Depois, com seu olhar de pintor detalhista, já vai achando semelhanças de traço e trejeito herdadas dos antecessores de sangue. "A genética não erra" virou um mote pra poesia que fiz como um abraço no Biraaaaa. Meu vô que escolhi!

fernando saldanha disse...

Poeta e artista plástico da Uruguaiana, Ubirajara Raffo Constant, o Biratuxo, o Bira, sempre fala do alto de seus setenta anos de sabedoria, que a "genética não erra". Essa frase se repete cada vez que alguém vai conhecê-lo na esquina do Funcho, a duas casas de sua casa a meia quadra do Rio Uruguai. Primeiro ele pergunta: "quem é teu pai? tua mãe?". Depois, com seu olhar de pintor detalhista, já vai achando semelhanças de traço e trejeito herdadas dos antecessores de sangue. "A genética não erra" virou um mote pra poesia que fiz como um abraço no Biraaaaa. Meu vô que escolhi!

babynoose disse...

aza loco, o biratuxo é um patrimônio da fronteira, pai de 2 parceiros meus do tempo do sk8 o felipe e o rafael(este carrega por herança o apelido de Bira e é musico)