terça-feira, 22 de junho de 2010

Sobre tudo

Sobre a mesa, muitas coisas...

Um cabernet de Mendonza,
um maço de Malboro vermelho,
dois maços no cinzeiro...

O cálice pleno, um espelho...
Os versos acontecendo...

Desenha-se o pensamento
na fumaça que vai subindo...

Derramam-se pingos de vinho
no branco vivo do caderno aberto...

...e o fio do grafite
                 é língua de faca
                 lambendo cortes
                 é ferro em brasa
                 deixando marcas.

Vai trançando a forma dos versos
                 como se fossem tentos;
                 pequenos garranchos.

E mesmo sempre
                 abaixo do poema
sobretudo a mesa,
                 sustentando a cena.

O vinho é pão da poesia
                 na ceia das palavras.

2 comentários:

Unknown disse...

Esse cara é incrível...Escreve mui-bien!

Unknown disse...

Esse cara é incrível...Escreve mui-bien!